quinta-feira, 25 de novembro de 2010

NOS REGISTROS





 Já tinha passado da idade em que seu pai morrera, num acidente de carro.
     Sempre costumava olhar nos registros da autópsia e nos processos. Mesmo sendo um álcoolotra não tinha nenhum teor de álcool no sangue e a culpa fora do outro motorista.
     Sentia saudades de alguém que não conhecia mais, só lembrava de alguns detalhes e risos de crianças.
     Deixava sempre um marejado de lágrimas nos olhos.
     O destino já estava traçado ou ele pensara em alguma coisa no momento final ? Já que era considerado um fardo familiar.
     Nunca saberia...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

TUAS MARCAS





Ela andava pela areia da praia, bem junto as ondas do mar. Para que seus passos não deixassem marcas na areia. As ondas vinham e desmanchavam os passos dados.
Assim, não ficariam as lembranças do passado. Ninguém seguiria seus passos.
Tudo seria apenas cada passo dado, sem rastros nem memória.
Só não sabia, que no movimento das águas, sua vida inteira era levada para as profundezas do mar, e retornavam a praia da sua existência.