segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A MORTE - UNIR OU SEPARAR?


Parei para pensar sobre este assunto depois de uma frase de uma amiga: mesmo entendendo a morte parece que nunca estamos preparados “
Desde o Natal do ano passado tive duas perdas muito forte. Na noite do dia 25 de dezembro minha mãe entrou em coma vindo a falecer no princípio de janeiro. E eu estava me recuperando de uma cirurgia muito delicada e foram momentos muito intensos para mim. Logo cinco meses depois faleceu meu tio, que era meu padrinho e como um pai, pois o meu pai eu perdera ainda criança. Talvez estas duas perdas tenham abalado demais toda a família, mas a vida tinha que continuar mesmo fragmentada.
Minha mamãe com o amor que dedicava a todos, e meu tio que era a figura central da família.
Passei o ano todo sem perceber, ou não querendo observar o que estava acontecendo conosco.
Sei que muita família simplesmente se fecha para não olhar muito uns para os outros, para não reavivar lembranças. Neste caso há uma separação, cada um numa ilha de sua própria solidão.
Já estamos perto do Natal de novo e estou fazendo um saldo do que aconteceu conosco.
Meus primos todos estão morando longe e minha tia continua aqui, enfrente de casa.
A minha preocupação com ela é constante e ela comigo também. Dividimos momentos, assistimos novelas juntas e sempre nos ligamos para saber se está tudo bem. Qualquer trabalho novo que ela produz vem logo me mostrar. Estou sempre alerta, mesmo sendo ela uma pessoa independente.
Eu e minha prima mais velha estamos tendo mais contatos, a ponte aérea se abriu para nós duas: temos que cuidar do que restou da nossa família, ela me diz.
Minha relação com meu irmão que era muito difícil, passou a ser mais respeitosa e carinhosa. Mesmo distantes, ligamos um para outro para saber dos filhos e demonstrar saudades.
Talvez algumas pessoas precisem se separar para respirar e vivenciar o luto. Outras começam a olhar em volta e descobrir o que antes não era possível e este olhar se encontra exatamente com o olhar amigo de quem ainda está do seu lado.




sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PEIXE GRANDE





Sempre observo pescador...
Amantes do silêncio, e
desejo de pegar peixe
Grande...
Escuto a mesma história,
por vezes...
Os mais solitários,
melhores histórias...
Os mais extrovertidos,
felicidade!
Revoada de pássaros!
Unico som pelo ar.
Nunca aprendi pescar...
Quem sabe um dia,
serei uma pescadora...
Levo um livro, e fico
numa pedra criando
fantasias...
- Sonho de poetisa,
é igual a pescaria -
diz o velho pescador...
Um dia vai sonhar
peixe grande...
E vai contar histórias
de amor...
Sempre que finda
a tarde...
A tristeza do pôr-do-sol
Invade meu coração...
Pescador que volta
do mar...
Que guarda o anzol
Sentado na areia...
Sonhei com alguém
que o mar levou...
Não contei história
de amor...
Continua o silêncio
da noite,
mirando as estrelas,
Lua que brilha...
Preciso aprender a pescar!
Desejar um peixe grande...
Encontrar um amor...
Serei pescadora de sonhos!
Contar histórias de amor...
Jogar a rede, manter
o anzol firme...
Pássaros a me acompanhar!
Mesmo sabendo que o
mar é que está no comando!
Fingir que pesquei peixe grande...
Contar falsas histórias
de amor...
Observar!